Problemas na arbitragem nacional com dias contados, informa Presidente

Depois de várias trocas de acusações, os árbitros nacionais vão se reunir na próxima Quinta-Feira, na sede da Associação Provincial de Futebol (APF) para resolverem todas as divergências que a instituição tem nesse momento.

A garantia foi dada pelo Presidente do Conselho de Árbitros de Luanda, Evaristo Sales, ao jornal O País, informando que os problemas da “família” da arbitragem não devem ser resolvidos com acusações na imprensa, mas sim em foro próprio.

O Presidente informou, na qualidade de responsável do conselho, não vai permitir desunião na classe dos homens do apito.

Já Diogo João, Presidente da Associação Provincial de Árbitros de Luanda, disse que o actual vice-presidente da Associação de Árbitros de Futebol de Angola, Paulo Talaia, não é sócio do órgão da cidade luadense.

De infromar que muito recentemente, Paulo Talaia, em declaração a imprensa, disse que a direcção que dirige não está ilegal, tendo acrescentado que o caso parece pessoal, sublinhando ainda que o seu elenco tem a acta das eleições realizadas em 2020, essa mesma que foi entregue ao Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD). Para sustentar a sua afirmação, o ex-árbitro sublinha que, até ao momento, ninguém apresentou recurso para impugnar os resultados das eleições.

Levantada a suspensão temporária do Girabola

Depois de anunciada na passada quinta-feira, a suspensão temporária do Girabola por falta de acordo com os árbitros, que anunciaram uma greve, a partir da 24.ª jornada, devido à falta de pagamento de prémios há quatro meses, a Federação Angolana de Futebol anunciou, hoje, o levantamento da suspensão e o retorno imediato do Girabola 2021/22.

Em comunicado dirigido aos Presidentes de Direcção dos Clubes do Girabola, a FAF informa que a decisão é fruto de uma das deliberações da reunião ocorrida hoje, dia 02 de Abril, com os representantes da Associação de Árbitros de Futebol de Angola – AAFA, deixando a calendarização sob responsabilidade do Conselho Técnico Desportivo.

Sem avançar os detalhes que viabilizaram o acordo, à Claque Magazine sabe a FAF recebeu do consórcio, a garantia de pagamento da dívida aos árbitros e comissários aos jogos, avaliado em cerca de 150 milhões de kwanzas, relativos a prémios de jogo, transporte, alojamento e alimentação. Porém, o Girabola retoma no próximo final de semana, havendo hipóteses de jogo ao meio da semana.

Girabola: Árbitros ameaçam greve

Os árbitros da primeira categoria nacional decidiram em reunião, realizada ontem, quinta-feira, anunciar para breve uma greve, com início a 1 de Abril. A decisão foi tomada devido aos elevados prémios em atraso.

Em declarações à Claque Magazine, um dos 23 árbitros, que optou pelo anonimato, referiu que a falta de pagamento por parte da Federação Angolana de Futebol, se arrasta desde Novembro, dois meses depois do início da época.

Não temos outra opção. Estamos aguardando por uma resolução desde o início do ano, mas infelizmente quem de direito continua sem respostas e nos orienta a encontramos, cada um, a melhor saída. A possível greve servirá como manifesto da nossa insatisfação, com aplicação a partir de 1 de Abril, até cumprirem aquilo que é por norma um serviço a ser pago”, sublinhou o porta-voz, garantindo que os nomes dos árbitros que assinam está decisão só serão divulgados, caso necessário, depois de apresentação da decisão ao Conselho Central de Árbitros, prevista para esta sexta-feira.

A fonte, que não quis para já avançar mais detalhes do tema, nem os árbitros envolvidos, referiu que a verba a pagar ronda uma média de 150 milhões de Kwanza, entre o pagamento de prémios, transporte, alojamento e alimentação. “Tem sido uma desgraça, principalmente para muitos que têm que tirar verbas dos seus orçamentos familiares para poderem estar nos jogos, viajar inclusive de Macon, se hospedar 3 a 4 no mesmo quarto, e muitas vezes chegamos e regressamos no mesmo dia do jogo, tudo para evitar os custos de hospedagem e alimentação”, desabafou.

A nossa redação tentou sem sucesso ouvir o presidente do Conselho Central de Árbitros, mas uma fonte, na FAF, garantiu a existência da dívida, resultante do incumprimento do consórcio, mas que está a ser discutida a regularização das verbas em atraso, apesar de desconhecer qualquer iniciativa de greve.

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