Opinião: Eu em “Sagrada Esperança”

Dizem que ela é a última a morrer, uma virtude que dá alento aos aflitos, que ajuda-nos a enfrentar os conflitos e, nos faz pensar que é possível um dia comermos croissant e caviar, mesmo depois de crescermos com arroz “branco” e peixe frito, ohhh Sagrada Esperança! Desculpem-me, tentei poetizar a Esperança, mas a verdade é que, a nossa realidade futebolística anda muito longe de ser poética, terminou recentemente a edição 2020-2021 do Girabola, para muitos, o “Giracovid”, mas para mim foi simplesmente o Girabola, igual á si mesmo, e talvez, tenha sido a edição mais estranha e atribulada das  últimas três épocas.

O campeonato terminou, finalmente, mas como o lema desta época foi << Confusão- Para um futebol mais “angolano”>>, o mesmo não poderia ter terminado em paz, porque a paz, não anda de mãos dados com o nosso futebol, então, a Arbitragem soou o apito, e a comitiva do GD Sagrada Esperança partiu em Sprint, directo para o amadorismo e falta de urbanidade, o som do apito do árbitro ao marcar grande penalidade á favor dos tricolores, activou espírito dos Lundas que soltaram  toques de “Tchianda” até aos balneários, obrigando á todos a terem de aguardar que o diamante volte a brilhar em campo, a equipa de arbitragem encarnou o papel da corte papal, e aplicaram o artigo 55 do código de misericórdia do Vaticano, tudo isto, para a loucura de alguns catedráticos do futebol, num jogo marcado pela visão abençoado dos assistentes, onde Gerson “Iluminado” anulou o golo do Lépua, por suposta falta do avançado, mas Oque parece, é que a arbitragem usou critérios avançados, porque no máximo,repito, no máximo , oque  existiu foi um cafuné de Lépua ao Eddie Afonso, e talvez, o assistente tenha considerado assédio…

Faltam-me palavras para resumir este campeonato, marcado pela descoberta cobertura televisiva, onde o São Consorcio intercedeu pelo aflitos, e os profetas da Comissão Multisectorial de combate á covid-19 que várias vezes previram cenários estrondosos da covid no desporto, submetendo clubes á quarentenas muitas vezes desnecessárias, e a proibir a entrada de público nos estádios, mesmo sendo claro, que a pandemia em Angola nunca chegou a atingir níveis de infeção estratosféricos, e isso é simples de perceber, bastava um cálculo dos números da covid com base na população total de Angola, oque aconselho, são medidas mais locais e específicas, e talvez, um pouco mais respeitosos e criteriosas, mas quem sou eu para questionar os Doctores ?

Éhhh salta na área, em Luanda todo mundo é Zé ? Ok, mas no Girabola todo mundo é Vingumba, oque dizer do caso que mais agitou os debates desportivos ? Mais um, dos graves problemas do nosso futebol, mais um, que levanta questionamentos pela forma como se originou, e pelo desfecho que teve, sem querer voltar a abrir o dossiê, digo que este e outros casos, retiram a verdade desportiva do campeonato, e tiraram gosto e sabor á essa edição covidiana do Girabola, que mesmo com as doações de empresas públicas, viu clubes a acumular dívidas com salários a jogadores e treinadores, com dificuldades de transporte, e até de alimentação para suas comitivas, ou seia, foi um campeonato á Imagem do estado do país, e hoje, conseguimos perceber, que o fracasso do futebol angolano, é suportado pelos seus agentes!

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